terça-feira, 30 de setembro de 2008

Liberdade aprisionada

Cheiro de banho tomado. O espelho faz o enunciado. Chocolate nos lábios. Dispensando vários. Cadê sua atitude? Estás diante da minha inquietude. Mesmo estando dentro de vc. Vc rejeita ver. Polos opostos moram no seu interior. Mas vc foge de qualquer calor. Proximidade foge do teu vocabulário. O que será que se passa no teu imaginário? Quando eu deixar de olhar pra trás. Vc irá querer mostrar do que é capaz. Mas como á água que lava o corpo. Seu esforço será pouco. E de vc terei me desempregnado. Meu cheiro terá te largado. Enfim terei me libertado.

domingo, 28 de setembro de 2008

Lágrima

Lágrima furtiva.
Aos sentimentos meio fugitiva.
Meio incontrolável.
Lavável?!
Mágoas, feridas, o coração.
E depois?
Não sei, ora pois.
Injetar na veia.
Calmaria de paz desejante.
Pra durar mais que um instante.
Copo pela metade.
Como o desasossego que me invade.
Fôlego por um fio na hora que vem passar.
Dias e dias, calendário a desmontar.
Meio de pano, vinil e cetim.
Nada de boneca, música ou arlequim.
De pé insistentemente só pra provar.
O gosto da própria superação me faz salivar.
Artifícios de maldade disfarçada.
Ás vezes fico abalada.
Acredito no meu eu, força transmutada.
Lágrima insistente.
Se secar deixo de ser gente.
Corre.
Á vontade verbo permitir, escorre.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Eu moído

Saco de Mentiras.
Esquinas vazias.
Silêncio.
Pílulas para dormir.
Vodka para engolir.
Paramore.
Despedidas sem beijo.
Cacos e retalhos, vejo.
RôRô no banheiro.
Te dou um cheiro.
Sou á favor das vontades.
Livres de tudo e todos, sabes?
Silêncio again.
Cadê o bem?
De braços com o mal?
Bagunçada.
Já deu pra sentir...é tô calada.
Tu só vêes as palavras.
Elas saem agitadas.
Alguém?
Silêncio.
Juro que não é desdém.
Sem confusão ou duplo sentido.
Só meu eu meio moído.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pode ser

Eu tô aqui e vc?
Pode ser.
Sua imagem não significa ter.
Pensar com força é te possuir.
Válidos como o segundo que a gente teima em deixar partir.
Algo como saliva descendo.
Alguns pensamentos têm o poder de ficar amortecendo.
Não é se abstrair.
Não mesmo, isso é fugir de sentir.
Qualquer coisa.
Assim sobre mim, sobre você.
Pode ser?

sábado, 20 de setembro de 2008

Bichinho

Sacudo a cabeça buscando o vento.
Oxigenação pro meu tormento.
Não posso contaminar as pessoas com minha cólera.
Todos dizem que entrarei numa nova Era.
Duvido.
Duvido de tudo, certezas fugiram sem se despedir.
Indiferentes e cheias de si, mesmo eu estando á pedir.
Nada vem me satisfazer.
Tudo fica meio assim....por dizer.
Não é corpóreo, não é substancial, não sacia.
É uma fome me roubando, me interferindo, me deixando vazia.
Sempre precisando de complemento.
Peço socorro ao vento.
Ele deve trazer as peças, os complementos e as poeiras...
Meus encaixes pra sossegar minhas estribeiras.
Nem toda água da medida vem matar a sede que tô sentindo.
Esse bichinho tá me correndo inteira, me ruindo.
Não sei como estarei no seu fim de destruição.
Se vou estar renovada e pronta pra qualquer ação.
Ou mais vazia do que antes, como alguém que perdeu as direções.
Olhando fixo, sem respostas, nas multidões.
Sacudindo a cabeça, mas só pra rir.
Nada de vento pra intervir.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O sonho de hoje.

Na minha cabeça os versos:
" Quero você como as águas precisam do mar"
E na mente a imagem me fazendo sair do ar.
Seus cabelos,
Por entre meus dedos.
Seu sorriso,
Apontando que o céu é onde piso.
Seu abraço,
Impedindo qualquer ato pensado, pois eu faço.
O gosto passional sobressaindo-se a razão.
A gente pedindo aos Deuses pra não sair mais dali não.
Aquele momento.
Que só o coração sente, eu? nem tento.
Sem pensamentos ou preocupações.
Só eu e vc ali, sem ilusões.
Vazios e completos,
Das moléculas pertencentes um do outro, repletos.
Sem cenário, só os versos.
Só pra mim, internos.
O sonho de hoje.

sábado, 13 de setembro de 2008

Chama da vela

Chama da vela destruindo...construindo.
Sonhos...resumo vão sumindo.
Realidade? destituindo.
E a detetestável ansiedade consumindo.
Falas de desejo.
E cenas tuas em lampejos.
Quero intermináveis beijos.
Profundos, carregados de sentimentos.
E o restante? meros momentos.
Chama da cera á derreter.
Fogo que só me remeter.
A cruel e louca suposta felicidade.
Sim, minha só minha "cidade".
Traçada, tarrada, marcada na carne.
Como Chico em tatuagem.
Estampas formando a imagem.
Chama da vela destruindo...construindo.
A luz que emana, contagia.
Remete a nós! Que merda de nostalgia.
Queima pequeno restante.
Apaga a memória desse doce delírio, montante.
Como se levasse tudo nessa derradeira.
A cada pingar como noite sorrateira.
No fim... chama da vela.
Sim, sou "ela".
Como a desmanchante e branca vela.
Basta acender...construindo...desconstruindo.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tal moça

Seus olhos?
Mergulhante em espumas frias e brancas.
Movimentando suavemente as ancas.
Quem é a moça?
Gracejante no seu tímido olhar.
Aguçada no seu descobrir.
Receosa no achar.
Pés acarinhando areia molhada.
Na beira d'água ela segue entusiasmada.
O beijo da solidão.
Carícias do vento nessa imensidão.
Sobre seus finos cabelos nuvens á dançar.
Quanto peso no seu penar.
Quem é essa moça?
Profundo engolir de ansiedade.
Respirar fundo buscando saciedade.
(Paz de espírito na verdade)
Na ponta da língua um melodiar.
Significativo só ela vai acreditar.
Quem é vc tal moça? (venho perguntar)
Sou o espaço dos grãos de areia.
Quiça cada milímetro onde aranha faz a teia.
Sou jovem envelhecida.
Talvez heroína, quem sabe bandida.
Moça sem simplesmente.
Cheia de idéias na mente.
Somente moça, não invente.
E os olhos?
Curiosos, teimosos.
Cansados, talvez desesperados.
Cheios de bagagens.
E com fôlego para novas viagens.
Falantes porém visivelmente calados.
E da moça?
Essa tal moça.
Suavemente acastanhados.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Declaração masculina

Amo sua boca e seu modo de falar.
Pior, amo teu jeito de me machucar!
Amo seu olhar perturbador.
E tua força de fazer amor ( se entregando)
Amo teu jeito de olhar ( me acalmando)
As palavras derramadas que me fazem apaixonar.
Pior, amo o gênio forte que te faz brigar.
Amo sua simplicidade de sorrir.
E todos os teus motivos de estar aqui.
Pior, amo a tua ausência! E o silêncio da tua presença.
Pois quando estás comigo, és tão intensa.
Amo tuas interpretações do banal.
E o jeito de engrandecer tudo que é genial.
Amo o modo como mudou o meu viver.
Eu bicho grilo que não sabia o que era ter.
Ter alguém assim.
Que me completa e fim.