quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sentido.

Escrevo para que faça sentido.
Sentido de sentir.
Aquele que não se aprofunda.
Só se vc não respirar fundo.
Desenho no branco cada sílaba.
Quero se tenham sentido.
Sentido de sentir mesmo.
Quero que respinguem.
Tão forte que chega cansar.
Escrevo para afirmar minha veia.
Para pulsar a cada coração.
Para que tenha menos sentido.
Sentido de sofrer , se possível.
Portanto escrevo.
Escrevo para libertar e aprisionar.
Só não sei a que tempo e medida.
Que tenha ou não sentido.
Que sinta ou tenha morrido.
Morte de sentir.
Escrevo eu, escreve meu coração.
Ele tem mais sentido que eu.
Cada rachadura chora momento.
Eu apenas procuro sentido.
Sentido de razão.
Pura e carnal explicação.
O sepultamento do sentido.
Cálice do tempo.
Aquilo que nunca é permitido.
Só se deve ter sentido.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Minha hora

Olhar criticamente para os sentimentos alheios.
Desconfiança.
Profundidade só ao observar os meus.
Diferimos na exposição,na facilidade de doar, no cigarro.
Mas encaro como ação de fictícios,de personagens.
Onde cada Alice in wonderland faz parte de mim.
Será?!
Auto-destrutividade me faz experimentar o fel para compreender o valor do doce.
Não quero que me arranquem esses defeitos, ou qualquer um.
Talvez nenhum!!Já dizia Clarice não se sabe qual que sustenta o edifício inteiro.Talvez o meu lado
negro sustente tudo, e o verde do positivo venha ser somente um sopro.
Entre mim,entre nós, entre o próprio vazio dos corriqueiros desencontros.
Hilda diz: " não sei se permaneço ou desfaço"..e eu nunca sei a hora de perceber o limite, meu céu
da boca adormece antes.
A solidão é extremamente necessária, manivela da criatividade iluminada.
A força propulsora diria eu.A dor a lato sensu.
Tô totalmente livre de rótulos e ao mesmo tempo repleta de conteúdo.
Conteúdo esse do mais variáveis possíveis, mas com certeza existe paixão; pois sem ela a vida
perde o palatável de respirar.
Minhas melhores linhas saem na dor e na paixão, como sempre um gozo controverso, de um polo
ao outro.
É tanto desejo que palavras correm.Elas têm medo de se apaixonarem por mim!
Como paixão, do verbo comer mesmo.Chupo cada partícula até perder o fôlego e sem
clichês!Esses destruiríam meu suspiro; que é fulgás como o bater de asas de uma borboleta,sem
cores e marcada sob a minha pele.
Não decifre,mas tente,talvez te devore.
A coragem é instigante e a sedução está na paciência em seduzir.
Cada momento um riso, um suspender de raciocínio e um derramar de sentidos.
Aguce-me se for capaz!
(...)
"Disso" nunca me perderei, de resto gosto de encontrar caminhos,arrancar certos espinhos,ver
florescer.
Pena que só as plantas brutas vingam nos meus dedos.
Talvez eles já trabalhem demais, assinado: coração.
Mas infelizmente nada se faz, só se desfaz e refaz,o tempo se encarrega.
Não o culpo.
Aliás culpa já reinou demais, e por atos não paridos que é pior.
Agora só quero gestação de filhos poéticos, até virar baú.
Fertilidade aos baldes.
Venha beber.
Embriague-se de fragmentos-poesia, por favor.
E não se canse,não se acabe,tenha fôlego que minha vontade sorri!!
Alimente minha loucura verbal,domine sem descanso,pra isso só meus olhos, pois lábios são do
mundo.
Aceite língua,afiada,doce e peralta.
Sem espera, sem pedidos, na minha hora.