quarta-feira, 25 de março de 2015

Carta a Elizabeth

Minha alma, Elizabeth, 
Partida, remendada de tantas vezes dilacerada,
Sente-se desmilinguir-se.
Perdi as forças de forma a sentir na carne a derrota.
A falta de viço.
Como uma lâmpada que desmaia de todo seu tempo de vida gasto.
Desculpe querida, eu tentei.
Minha tentativa árdua em manter meus pés fincados nesta terra inóspita foi persistente
Mas meu coração já morreu.
Foi um falecimento á mingua,
Difícil de se perceber,
Mas a cada pouco suspiro via-se a clara luta dele.
Soprei vida forte em seus ouvidos,
Cuspi realidade em sua cara,
Afim de assim chocar-lo,
Mas falhei miseravelmente.
Minha linda Elizabeth,
Pensar em ternos momentos marejam meus olhos endurecidos.
Onde foi parar aquela parte tão doce de minh'alma?
Será que o fel da morte pisoteou-a?
Não houve tempo de socorro.
A morte hoje já não parece- me tão fria.
A pintura grotesca que tanto dizem não me cega mais,
Já alcançou-me o coração.
O medo agora é de viver, de continuar esta inútil caminhada.
Qual conselho me diria minha pequena?
Sinto falta do aperto suave de seus dedos.
Aquele olhar piedoso diante das minhas angústias.
Preciso da sua voz reconfortante sobre a minha dor pugente.
Sentir menos dormência sobre o lodo sentimental que me restou.
Que dirias minha Querida?